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DEGUSTAÇÃO- O JOGO DO AMOR

 


    Conheça a obra O JOGO DO AMOR, da autora Jéssica C. da Silva. Em breve ocorrerá o pré lançamento do livro que será publicado através da editora CARAVANA.




O JOGO DO AMOR: CAPÍTULO 1

 

 

    Havia chegado há poucas horas em Porto Alegre, a capital do estado do Rio Grande do Sul, uma cidade gaúcha. Recém formada na faculdade, eu iria começar meu trabalho na empresa Drummond, uma empresa de marketing bastante requisitada, muito bem conhecida na cidade e no estado. Meu celular vibrou em meu bolso, de onde o retirei com pressa para ver o horário. Haviam mensagens não lidas de meus pais, ignoradas até então por pura falta de tempo. Agora, com minha mala e bolsa de viagem comigo, me afastei para um canto do aeroporto onde teria mais privacidade para visualizar as mensagens.

 

MÃE:

Oi filha, eu e teu pai falamos com teu tio que trabalha como taxista em Porto Alegre, ele vai te dar uma carona. Mesmo assim, pague ele com o valor que deixamos contigo, pois, como é o trabalho dele, não é certo ficar “explorando”.

 

    Mandei um Ok e quase no mesmo instante o contato de meu tio me foi enviado.

 

Escrevi:

Oi tio, eu já estou aqui no portão B, o que faço agora?

 

    A mensagem que recebi dizia para esperar onde estava, e assim fiz. Enquanto aguardava, os cachos escuros de meu cabelo voavam com o vento, a pele esbranquiçada de minha mão arrepiava diante do frio, embora, por ser gaúcha de nascença, eu estivesse acostumada aos invernos rigorosos de Pelotas.

    Eu estava vestindo uma jaqueta de pelego por dentro e camurça por fora, com uma blusa de lã por baixo. Além disso, usava uma calça jeans sobre uma calça de lã, e completava o visual com um par de botas nos pés. O termômetro do celular apontava cinco graus.

    Não demorou muito para meu tio aparecer. Eu acenei em reconhecimento quando ele buzinou para mim e abaixou a janela da porta do motorista. Peguei minha mala e bolsa de viagem e fui rumo ao carro, desviando de algumas pessoas no caminho. Um rapaz bonito usando roupas sociais surgiu, parando na frente da porta do motorista. Cabelo preto liso, olhos azuis como o céu refletido no mar, uma pele bronzeada, porém mais branquinha que a minha, e um porte físico forte. Muito bonito, tinha que admitir. Ele estava conversando com meu tio, e só notou minha presença quando me aproximei o suficiente para pousar a mala ao seu lado.

    — Essa é minha sobrinha, a passageira que te falei agora, guri. — Meu tio apontou para mim — Se ela quiser, podem dividir a corrida.

   Com isso, senti o olhar do rapaz cair sobre mim, e por uns instantes, fiquei paralisada diante da beleza desse homem. Então, ele se dirige a mim.   

    — Oi, sou Gustavo. — Ele me lança um sorriso do tipo que sabia que impedia muita gente de lhe dizer um não. — Podemos dividir?

    Eu, mais que depressa, respondi:

    — Sim… é sim.

    Meu "sim" saiu mais sonoro do que eu esperava, e ele sorriu, um sorriso de lado satisfeito, com um toque de charme. Tentei desviar o olhar, mas me deparei com meu tio de pé à minha direita, pronto para comentar.

    — Bom, já coloquei suas malas no porta-malas. O rapaz vai com a gente?

    Assenti com a cabeça, sentindo-me tola, pois sabia que tanto meu tio quanto Gustavo haviam percebido minha corada e sutil inclinação ao charme de Gustavo. Óbvio, se me questionassem, eu negaria tudo sem hesitação. Com esse pensamento, entrei no carro.

Gustavo também se sentou ao meu lado e passou o endereço da rua para meu tio. O suave e levemente amadeirado cheiro do perfume dele preencheu o carro. Ele olha para mim e pergunta:

    — Lorena, certo?

    Em silêncio, concordei, temendo, que de alguma forma, ele tivesse notado minha satisfação.

    — Vim trabalhar aqui na cidade. Sou do Rio de Janeiro, e você? — ele continuou.

    — Me formei faz pouco tempo, vim trabalhar aqui também. — eu sorri e disse, em um tom de voz um pouco tímido. — Em qual empresa vais trabalhar Gustavo?

    — Na empresa Drummond, e você? — ele respondeu em um tom educado.

    Olhei para ele com surpresa estampada no rosto e digo:

    — Eu também. Que mundo pequeno.

    Ele sorriu.

    — Vou adorar sua companhia em minha rotina diária.

    A conversa tinha parecido rápida demais para o meu gosto, mas fluída, interrompida quando meu tio avisou que estávamos perto do ponto de Gustavo. Ele olhou pela janela, averiguando o local, e assentiu. O moreno de olhos claros então se voltou para mim, sorriu e beijou meu rosto rapidamente.

    — Até mais, Lorena.

    Ele pagou meu tio e logo abriu a porta do carro, saindo. Eu observei de longe, sentindo-me um tanto distraída, enquanto o via se afastar. Foi então que percebi que estávamos estacionados em frente à Drummond, a empresa onde começaria a trabalhar na segunda-feira. Me perguntei se Gustavo também começaria a trabalhar lá naquele dia, mas logo fui tirada de meus devaneios pela voz de meu tio.    — Lorena?

    Eu então tirei o olho da janela e recuperei o foco.

    — Desculpe.

    Ele sorriu.

    — Preciso do endereço, não podemos ficar estacionados aqui por muito tempo. Contramão.

    Eu passei o endereço para o meu tio, que deu partida outra vez e avançou habilmente em meio ao trânsito pelos próximos quarenta e cinco minutos até o fim da corrida. Durante o trajeto, aproveitei para conversar sobre a família, e ele me atualizou sobre meus primos. Leo estava na universidade e Gabriel estava viajando pelo mundo de moto.   

    Atenta, escutei meu tio falar sobre seus dois meninos, mas algumas palavras me escaparam, já que, paralelamente às atualizações familiares, minha mente ainda não conseguia deixar de se deliciar com os olhos azuis e o sorriso charmoso de Gustavo. Ele estava encarando antes de sair do carro. O que ele estava encarando exatamente, eu não tinha certeza, e na hora também não me virei para conferir. Não muito depois meu tio interrompeu meus pensamentos para me alertar que chegamos ao destino.

    Um prédio simples, de aspecto antigo e uma entrada precária, com rachaduras em certas partes da fachada e manchas de sujeira ao longo da estrutura. Ali era onde aparentemente eu passaria a morar até consegui comprar uma casa para mim na cidade.

Meu tio me ajudou com as malas, tirando tudo do carro e me guiando para a porta. Uma mulher que aparentava ter pelo menos quarenta anos apareceu, sorrindo de modo gentil, e nos cumprimentou.

    — Lorena Fonseca?

    — Sou eu — confirmei, devolvendo o sorriso.

    — Tudo bem, querida? Me chamo Beatriz. Seja bem-vinda, meu marido vai te acompanhar até a entrada de seu apartamento. É simples, mas aconchegante.

    Agradeci com um sorriso caloroso, também expressando minha gratidão ao meu tio enquanto lhe entregava o pagamento. Inicialmente, ele relutou em aceitar o dinheiro, mas acabou cedendo no final. Nesse momento, um homem robusto e careca, que presumi ser o marido de Beatriz, surgiu e me ofereceu as chaves, adiantando-se para pegar minha bagagem.

    — Seja bem-vinda, espero que goste daqui. Me chamo Marco, normalmente eu conserto os móveis que dão defeito ao longo do tempo, então se precisar sabe quem chamar.

    Fiz um gesto educado para ele, e em seguida cada um seguiu seu caminho: meu tio voltou para seu táxi, Beatriz retornou à recepção e fui acompanhada por Marco até o meu apartamento, de número 09, no primeiro andar. Agradeci a sua ajuda enquanto destrancava a porta e a abria, dando espaço para que ele entrasse primeiro para levar a bagagem. Entrei com alguns passo cautelosos, para não esbarrar nele, e fui sondar, ver como era por dentro. Enquanto eu analisava o apartamento, notei que a cozinha se integrava à sala, separadas apenas por uma sutil mudança de cores nas paredes e uma máquina de lavar usada no canto. Além disso, havia mais duas portas em um minúsculo corredor. Ao adentrar, percebi que uma das portas levava a um quarto, enquanto a outra dava acesso a um banheiro equipado com vaso sanitário, pia, chuveiro e um box de acrílico. A cozinha apresentava um armário acoplado à parede, com pia e balcão, além da máquina de lavar posicionada próxima dali.   

    No meu quarto, não havia nada além das paredes amarelas. A única diferença era a cor das paredes da sala, que eram salmão. Enquanto eu caminhava pelo cômodo, percebi que Marco ainda estava parado na porta, me observando atentamente. Seus olhos pareciam percorrer meu corpo, e aquilo me deixou sem jeito. Apenas consegui dizer:

    — Obrigada pela ajuda, Marco.

    Em outras palavras, eu o dispensei dali. Ele parou de me analisar, sorriu de canto, assentiu e se retirou. Fui até a porta e a fechei. Estava sem cama para dormir, respirei fundo e li as mensagens que me mandaram nesse meio tempo. Minha mãe disse que já havia falado com minha tia, e ela me passaria alguns móveis que eles não usavam mais. Na manhã seguinte, meu primo Gabriel viria aqui me ajudar e iria me trazer os móveis.

 

EU:

Tudo bem, mãe, obrigada. Te amo.

 

 

 

 

    No dia seguinte acordei no chão, em meio ao ninho composto por meus edredons e meu travesseiro. Escutando um barulho na porta do apartamento, peguei meu celular do chão e vejo as horas, eram dez horas. Imaginei que devia ser meu primo. Resmunguei um pouco, ainda meio tonta de sono, e levantei para vestir um robe. Com uma bermuda de tecido amarelo e uma blusa velha branca, quase transparente, já vestidas, adicionei um robe azul-celeste de pelúcia e um par de meias felpudas. Deslizei minhas pantufas e caminhei até a porta. Eu espiei pelo olho mágico e vi um homem deslumbrante do outro lado. Seus cabelos cacheados e negros emolduravam um rosto de olhos cor de mel, e seu corpo bem cuidado, com evidentes sinais de academia, era realçado pela jaqueta de couro preta e uma blusa branca que destacava um peitoral desenvolvido. Em silêncio, questionei a mim mesma: Quem seria esse deus à minha porta? Seria meu primo ou algum vizinho?

Redes Sociais da Autora:

Página: Jéssica C. da Silva

Instagram: @autora_jessica_c_da_silva


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CAPÍTULOS


CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 3

CAPÍTULO 4

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