Conto da Segunda- O Dia Seguinte
O DIA SEGUINTE Elicio Santos A jovenzinha sente as pernas – magricelas – tremerem: de baixo para cima. Uma sensação de enjoo a imerge em pensamentos medonhos. Ter de recomeçar o necessário. Sente o coração: tum! tum! tum! tum! tum! tututututum! tutututututututututum! O escuro esclarecido abafa os móveis do quarto, vislumbrados como se não estivessem nos seus lugares (pela proprietária), que mais se sente uma hóspede de última categoria: estante de livros cinzentos, cama cinza, teto, brinquedos borrados sobre o guarda-roupas, o fôlego, o cheiro, os dedos – da mesma não-cor e pegajosos – não há exceções ao caos. “Querida, abra a porta! ”, ouve do lado de fora, junto aos sacolejos à maçaneta. Amorzinho, por que você se trancou? Não sabe que tá na hora? A porta trepida igual à alma da filha, chorando sob o lençol da Turma da Mônica. “Meu Deus... manda ele embora, por favor! ” Pow! Pow! “...